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Capítulo 108 de 150

1Ao mestre de canto. Salmo de Davi. Ó Deus de meu louvor, não fiqueis insensível,

2porque contra mim se abriu boca ímpia e pérfida.

3Falaram-me com palavras mentirosas, com discursos odiosos me envolveram; e sem motivo me atacaram.

4Em resposta ao meu afeto me acusaram. Eu, porém, orava.

5Pagaram-me o bem com o mal, e o amor com o ódio.

6Suscitai contra ele um ímpio, levante-se à sua direita um acusador.*

7Quando o julgarem, saia condenado, e sem efeito o seu recurso.

8Sejam abreviados os seus dias, tome outro o seu encargo.*

9Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva a sua esposa.

10Andem errantes e mendigos os seus filhos, expulsos de suas casas devastadas.

11Arrebate o credor todos os seus bens, estrangeiros pilhem o fruto de seu trabalho.

12Ninguém lhes tenha misericórdia, nem haja quem se condoa de seus órfãos.

13Exterminada seja a sua descendência, extinga-se o seu nome desde a segunda geração.

14Conserve o Senhor a lembrança da culpa de seus pais, jamais se apague o pecado de sua mãe.

15Deus os tenha sempre presentes na memória, e risque-se da terra a sua lembrança,

16porque jamais pensou em ter misericórdia, mas perseguiu o pobre e desvalido e teve ódio mortal ao homem de coração abatido.

17Amou a maldição: que ela caia sobre ele! Recusou a bênção: que ela o abandone!

18Seja coberto de maldição como de um manto: que ela penetre em suas entranhas como água e se infiltre em seus ossos como óleo.

19Seja-lhe como a veste que o cobre, como um cinto que o cinja para sempre.

20Esta, a paga do Senhor àqueles que me acusam e que só dizem mal de mim.

21Mas vós, Senhor Deus, tratai-me segundo a honra de vosso nome. Salvai-me em nome de vossa benigna misericórdia,

22porque sou pobre e miserável; trago, dentro de mim, um coração ferido.

23Vou-me extinguindo como a sombra da tarde que declina, sou levado para longe como o gafanhoto.*

24Vacilam-me os joelhos à força de jejuar, e meu corpo se definha de magreza.

25Fizeram-me objeto de escárnio, abanam a cabeça ao me ver.

26Ajudai-me, Senhor, meu Deus. Salvai-me segundo a vossa misericórdia.

27Que reconheçam aqui a vossa mão, e saibam que fostes vós que assim fizestes.

28Enquanto amaldiçoam, abençoai-me. Sejam confundidos os que se insurgem contra mim, e que vosso servo seja cumulado de alegria.

29Cubram-se de ignomínia meus detratores, e envolvam-se de vergonha como de um manto.

30Celebrarei altamente o Senhor, e o louvarei em meio à multidão,

31porque ele se pôs à direita do pobre, para o salvar dos que o condenam.