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Capítulo 3 de 5

1Vós, também, ó mulheres, sede submissas aos vossos maridos. Se alguns não obedecem à palavra, serão conquistados, mesmo sem a palavra da pregação, pelo simples procedimento de suas mulheres,*

2ao observarem vossa vida casta e reservada.

3Não seja o vosso adorno o que aparece externamente: cabelos trançados, ornamentos de ouro, vestidos elegantes;

4mas tende aquele ornato interior e oculto do coração, a pureza incorruptível de um espírito suave e pacífico, o que é tão precioso aos olhos de Deus.

5Era assim que outrora se ornavam as santas mulheres que esperavam em Deus; eram submissas a seus maridos,

6como Sara que obedecia a Abraão, chamando-o de senhor. Dela vos tornais filhas pela prática do bem sem temor de perturbação alguma.

7Do mesmo modo vós, ó maridos, com­portai-vos sabiamente no vosso convívio com as vossas mulheres, pois são de um sexo mais fraco. Porquanto elas são herdeiras, com o mesmo direito que vós outros, da graça que dá a vida. Tratai-as com todo o respeito, para que nada se oponha às vossas orações.

8Finalmente, tende todos um só coração e uma só alma, sentimentos de amor fraterno, de misericórdia, de hu­mildade.

9Não pagueis mal com mal, nem injúria com injúria. Ao contrário, abençoai, pois para isso fostes chamados, para que sejais herdeiros da bênção.

10Com efeito, quem quiser amar a vida e ver dias felizes, refreie sua língua do mal e seus lábios de palavras enganadoras;

11aparte-se do mal e faça o bem, busque a paz e siga-a.

12Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos e seus ouvidos, atentos a seus rogos; mas a força do Senhor está contra os que fazem o mal (Sl 33,13-17).

13Se fordes zelosos do bem, quem vos poderá fazer mal?

14E até sereis felizes, se padecerdes alguma coisa por causa da justiça!

15Portanto, não temais as suas ameaças e não vos turbeis. Antes, santificai em vossos corações Cristo, o Senhor. Estai sempre prontos a responder para vossa defesa a todo aquele que vos pedir a razão de vossa esperança, mas fazei-o com suavidade e respeito.*

16Tende uma consciência reta a fim de que, mesmo naquilo em que dizem mal de vós, sejam confundidos os que desacreditam o vosso santo procedimento em Cristo.

17Aliás, é melhor padecer, se Deus assim o quiser, por fazer o bem do que por fazer o mal.

18Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados – o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito.

19É nesse mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, ti­nham sido rebeldes,*

20quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a arca, na qual poucas pessoas, isto é, ape­nas oito se salvaram por meio da água.*

21Essa água prefigurava o batismo de agora, que vos salva também a vós, não pela purificação das impurezas do corpo, mas pela que consiste em pedir a Deus uma consciência boa, pela Ressurreição de Jesus Cristo.*

22Esse Jesus Cristo, tendo subido ao céu, está assentado à direita de Deus, depois de ter recebido a submissão dos anjos, dos principados e das potestades.